Qual o preço da FElicidade????

Eis algumas questões que mobilizam filósofos desde a Antiguidade. O que é a felicidade? Um objeto ou bem de consumo pode mudar nosso estado de espírito? Em todo o mundo, há um ditado que diz que o dinheiro não traz felicidade. Pesquisadores do site Yahoo! na Inglaterra, porém, resolveram ir mais fundo na questão. Puseram no ar uma enquete para saber se os internautas concordam com tal afirmação. A grande maioria disse que não. Para os ingleses, o dinheiro traz, sim, felicidade. Os investigadores descobriram que a felicidade custa, no mínimo, 2,7 milhões de libras esterlinas (aproximadamente 14,2 milhões de reais). Esse número vale se você for um homem britânico. Se for mulher... Bem, se for mulher, você sabe que o grau de exigência vai aumentar um tantinho. Para elas, a felicidade pode ser alcançada com 2,8 milhões de libras (cerca de 14,8 milhões de reais). A equipe do Yahoo! Finanças Pessoais tabulou os dados com base nas respostas de 2500 pessoas. Apenas 15% dos entrevistados disseram sentir-se felizes. Graças a sofisticados cálculos estatísticos, cada resposta se transformou num valor em dinheiro, que deu origem ao “preço da felicidade” – e também ao tempo necessário para adquiri-la. Conforme a média dos salários na Grã-Bretanha, são necessários 94 anos de trabalho para juntar todo esse dinheiro embaixo do colchão.

Qual é o preço da felicidade? Estudo aponta que ela custa R$ 11 mil por mês

8 de setembro de 2010
Uma pesquisa nos Estados Unidos mensurou o valor da felicidade. Para saber até que ponto dinheiro compra felicidade, estatísticos analisaram um banco de dados gigantesco nos EUA. O trabalho apontou para um valor a partir do qual mais riqueza não significa mais bem-estar: R$ 11 mil por mês.
“Uma renda pequena exacerba as dores emocionais associadas a problemas como divórcio, doença ou solidão”, diz Daniel Kahneman, da Universidade Princeton, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2002 e coautor da nova pesquisa publicada na revista científica “PNAS”.
A conclusão, então, é que para ser feliz o importante não é ser rico, mas sim não ser pobre. Foram feitas entrevistas com mais de 450 mil americanos.
A pesquisa funciona assim: entrevistadores pedem que as pessoas relatem a frequência com que se sentiram felizes ou sorridentes recentemente. Perguntam o mesmo com relação ao estresse. Pedem também que, em uma escala de zero a dez, digam o quanto estão satisfeitas com as suas vidas –a “nota” média dada pelas pessoas foi de 6,76. Cruzam, então, as respostas obtidas com dados sobre a vida dos entrevistados.
Assim, eles descobriram, por exemplo, que gente solitária se sente muito infeliz até em comparação com quem sofre de um problema crônico de saúde.
Ter filhos, por outro lado, traz felicidade. Mas, curiosamente, em média o efeito é menor do que o de ter um plano de saúde –ao menos em países em que o sistema público de hospitais é ruim, como os EUA e talvez o Brasil.
Surpreende também a correlação entre envelhecer e se sentir mais feliz. Aparentemente, os anos fazem com que as pessoas aprendam a lidar com as dificuldades.
O fator campeão de bem-estar, porém, é ser uma pessoa religiosa. Angus Deaton, também de Princeton, esboçou uma explicação sobre isso.
“Quem vai à igreja faz amigos por lá, e isso tem um impacto muito bom. A religião também ajuda os fiéis a entender algumas questões mais difíceis da vida, e isso pode servir de apoio em tempos difíceis. Além disso, muitas igrejas oferecem cuidado médico ou apoio social.”
A fé é o único fator que consegue até ganhar do dinheiro na busca pela felicidade.
O valor de R$ 11 mil reais, claro, serve como indicador, mas é bom ter em mente que, como ele se refere aos Estados Unidos, uma margem de erro precisa ser levada em consideração ao adaptá-lo ao Brasil –onde, ao menos em algumas cidades, o custo de vida pode ser bem diferente.
“Nós sabemos, por exemplo, que os latino-americanos costumam se sair bem em medições de felicidade”, recorda Angus Deaton.
A revista ISTOÉ de 15 Set/2010, edição no 2131, trouxe uma pesquisa de economistas e estatísticos feita com 450 mil americanos, publicada pela revista científica PNAS, mostrando que “para ser feliz, o importante não é ser rico, mas sim, não ser pobre”. O ganho mensal para essa suposta tranqüilidade giraria em torno de R$ 11,3 mil. Qualquer valor acima desse não mudaria muito o grau de felicidade. Será? Após atingirem esse piso salarial, outros itens que também trariam a felicidade seriam:
  • “Ser religioso”;
  • “Possuir plano de saúde”;
  • “Felicidade de ter filhos”.
Como é interessante e variável o conceito de felicidade[bb] para o ser humano! No caso da pesquisa acima, 450 mil americanos acreditam que ao receber mensalmente quase R$ 12 mil (valor convertido a partir do dólar, moeda usada na pesquisa) sua a felicidade atingiria um patamar estável.
Trazendo para o Brasil essa conversa, confesso que para mim é difícil estipular um piso salarial em que a felicidade é garantida. Conheço muitas pessoas que recebem um salário mínimo e dá para ver em seu rosto e na sua postura diante da vida que são felizes. Conheço outras que, mesmo vivendo uma condição financeira satisfatória, ainda estão à procura da felicidade e da realização pessoal.
Uma verdade vigente é que a maioria das pessoas acaba “medindo” a felicidade, principalmente a alheia, através do carro do ano, da casa na praia ou do celular de última geração que ela carrega. Muitos brasileiros veem no consumo a oportunidade de acariciar sua felicidade e utilizam o cheque especial todo mês somente para manter a imagem de pessoas felizes e com grande poder de compra.
Essa conduta é perigosa e acaba levando milhares de brasileiros a um alto nível de endividamento. Pior é a infelicidade de ter o nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O que acontece? Será que elas não estão preocupadas com o valor imensurável de uma vida até mais simples, mas repleta de riquezas morais e afetivas? Isso sim vale a pena ser discutido!
É claro que ganhar um salário alto traz benefícios e mais qualidade de vida, mas a discussão aqui é o quanto preciso receber para ser supostamente mais feliz. Eu vejo essa situação por outro ângulo: acredito que o acumulo de capital[bb] é uma questão de valor pessoal. O Navarro publicou um artigo interessante sobre isso: “Quanto é ser rico? E muito rico?”.
O conceito de riqueza sofre as influências da subjetividade e o mais importante nessa vida é ter brilho nos olhos, atitude positiva, autoestima legal, o desejo de estar bem consigo e com seus afetos. O dinheiro é resultado disso e de muito trabalho!
Estou convencida de que não importa qual seja salário, o importante é saber lidar bem com o dinheiro em busca de dias melhores para todos. Você concorda? Você acredita que é possível estabelecer um valor de salário determinado para conseguir a felicidade estável? Existe felicidade estável?