Biografia de Mário de Andrade

Mário de Andrade (São Paulo SP, 1893 - 1945) publicou seu primeiro livro de poesia, Há uma Gota de Sangue em cada Poema, em 1917. No mesmo ano, começou a colaborar na imprensa, prática a que se dedicou ao longo da vida. Foi um dos responsáveis pela Semana de Arte Moderna, em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, onde declamou versos sob vaia e pronunciou conferência sobre Artes Plásticas, na escadaria do teatro, cercado de anônimos caçoadores. Colaborou nas revistas modernistas Klaxon e Terra Roxa, entre outros periódicos. Integrou, em 1924, a Caravana Modernista que mostrou o país ao poeta Blaise Cendrars, sendo recebido em Minas Gerais por Anibal Machado, Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava. Nos anos seguintes publicou livros de contos, crônicas e ensaios sobre Artes Plásticas, Arquitetura, Estética, Folclore, Música e Literatura, entre eles A Escrava que Não é Isaura, discurso sobre algumas tendências da poesia modernista (1925). Seu primeiro romance, Amar, Verbo Intransitivo, foi lançado em 1927; no ano seguinte publicou a rapsódia Macunaíma: O Herói Sem Nenhum Caráter. Foi diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, criado por ele e Paulo Duarte, a convite do prefeito Fábio Prado, de 1935 a 1937, perídodo em que também foi chefe da Divisão de Expansão Cultural e do Patrimônio Histórico. Instituiu, em 1937, a Sociedade de Etnografia e Folclore, da qual foi o primeiro presidente. Em 1938 e 1939 trabalhou como diretor do Instituto de Artes e professor de História e Filosofia da Arte na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro RJ, além de chefe de seção do Instituto Nacional do Livro. Viajou pela região Norte do país, em 1941, como pesquisador do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Em 1947 publicou o livro de poesia O Carro da Miséria e o de ficção Contos Novos. Fazem parte de sua obra poética os livros Paulicéia Desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927), Remate de Males (1930), entre outros. Artista polimorfo, Mário de Andrade é um dos mais importantes poetas da primeira geração modernista; também é dos mais representativos ficiccionistas, ensaístas, pesquisadores e críticos brasileiros . Segundo a crítica Gilda de Mello e Souza, "uma das referências do seu código poético é o Brasil, que ele procura apreender em vários níveis, nas variações semânticas e sintáticas da língua, nos processos tradicionais da poética erudita e popular, nas imagens e metáforas que tira da realidade exterior: a cidade natal onde viveu, o mundo muito mais amplo da geografia, da história, da cultura complexa do país." Essa busca por apreender a cultura brasileira também se expressa nos traços formais e no conteúdo de suas crônicas.